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terça-feira, 21 de abril de 2009

Quem dera se metade de nós fosse assim

Hoje uma matéria do jornal O globo me chamou a atenção.
Eu não tenho muito saco para ler jornal, as notícias são SEMPRE as mesmas: políticos roubando cada vez mais, balas perdidas que acabam encontrando uma pobre coitada de uma pessoa que estava no lugar errado na hora errada, assaltos seguidos de mortes, trafico de drogas e coisas desse naipe.
Aí hoje na primeira página do jornal tem uma matéria que reproduzo abaixo.

" Enfermeiro protocola representação contra Câmara e deputado-galã

BRASÍLIA - O primeiro cidadão a se indignar e bater na porta da Câmara para cobrar respeito com o dinheiro público é enfermeiro de UTI da rede pública em Brasília, casado, pai de dois filhos, com salário de R$ 2.230 mensais. Com o Regimento Interno e a Constituição debaixo do braço, Ivan Rodrigues da Rocha perambulou na segunda-feira, ao longo de duas horas, pelos corredores da Câmara, até conseguir protocolar na Mesa e na Corregedoria uma ação de responsabilização contra a omissão da direção da Casa e contra o deputado-galã Fábio Faria (PMN-RN), neste caso pelo uso de sua cota de passagens para a ex-namorada Adriane Galisteu , sua sogra e outras celebridades.

Na semana passada, Ivan disse que recebeu como um "tapa na cara" a decisão dos presidentes Michel Temer (PMDB-SP) , da Câmara, e José Sarney (PMDB-AP), do Senado, de, em vez de proibir, oficializar os abusos de parlamentares que usam verba pública para levar parentes e amigos em turismo ao exterior.

É como uma bofetada na cara de cada cidadão, que está sendo feito de palhaço
- Não dá para engolir a omissão da Câmara, que deveria fiscalizar e cuidar da imagem da Casa e que nos deve uma resposta. É como uma bofetada na cara de cada cidadão, que está sendo feito de palhaço. Temos que nos mexer, porque a Câmara está brincando conosco. Esquecem a Constituição, que diz que temos o dever de botá-los lá, mas também o poder de tirá-los quando não respeitarem o mandato. Temos mecanismos para pedir que acabe essa baixaria de usar dinheiro público para passear com namorada, mãe e amigos em Paris, Miami e Nova York - protestou Ivan Rocha.

Ele disse que deu o primeiro passo para ver se a sociedade civil acorda e se mobiliza contra o corporativismo e os escândalos com o dinheiro público no Congresso. Ivan diz que é muito difícil ver parlamentares se justificando, como se estivessem gastando dinheiro que lhes pertence, e achando tudo normal.

- Fico revoltado quando entro no hospital e não tem um respirador ou um Interferon (medicamento) para manter vivo um paciente terminal. Enquanto isso, os deputados e senadores ficam gastando o dinheiro do povo como água. Há um coleguismo descarado para se protegerem uns aos outros, pouco se lixando para o que o povo sente ou pensa - desabafou.

Pelo amor de Deus, isso é um escárnio, estão de gozação com a gente, que trabalha duro!
Ivan disse que, se não tiver uma resposta efetiva da Câmara, pelo menos a abertura de uma investigação contra Fábio Faria na Corregedoria ou no Conselho de Ética, ele vai acionar o Ministério Público:

- Agora tem essa história do deputado-galã que namora celebridades e anda para baixo e para cima pagando passagem até para a sogra passear em Miami às custas da Câmara. Pelo amor de Deus, isso é um escárnio, estão de gozação com a gente, que trabalha duro! Já tivemos um péssimo exemplo do Collor, que era bonitão, fazia e acontecia. Esse negócio de mega-star com dinheiro público não dá. Chega de ser ludibriado por políticos bonitinhos, que vivem cercados de artistas - disse o enfermeiro.

Segundo ele, quando chegou à Câmara para protocolar sua representação, foi diretamente à Mesa Diretora, pois o regimento diz que a ação pode ser entregue na Mesa. Ali começou seu calvário.

- Eles me fizeram de palhaço lá na Câmara. Andei das 9h às 11h para conseguir protocolar minha representação. Gozaram da minha cara, me mandavam ir de um lugar a outro, de protocolo em protocolo, para me fazer desistir. Diziam que estava perdendo meu tempo. Realmente perdi a manhã toda. Mas digo ao povo que vale a pena, que percam um dia de trabalho, mas que vá lá cobrar seus direitos. "

Um comentário:

railer disse...

realmente se todos fossem assim a coisa seria bem diferente. muita gente 'deixa pra lá' as coisas, com preguiça de se movimentar.