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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pílulas de felicidade

Andei falando de felicidade em um post anterior e hoje me lembrei de um episódio que dá continuidade ao tema.
Final de semana estive em São Paulo e me ofereci para comprar uma raquete de squash para um amigo - que estava em busca de uma raquete boa, bonita e barata.
Me programei então para ir à Decathlon - que é uma mega loja com tudo o que você pode imaginar de artigos esportivos.
Pra quem bem me conhece, sabe o quanto sou apaixonada por esporte... então nem preciso dizer o quanto fico enlouquecida num lugar desses. Estava num verdadeiro "parque de diversões" e não podia me dar o luxo de olhar para o lado e me interessar por absolutamente nada em função da minha 'duranguice' (leia-se pobreza total e absoluta).
Adentrei a seção de esportes de raquetes (era raquete pra tudo o que é esporte que se pode imaginar - eu nem sabia que existia tanta variedade assim) e no corredor tinham duas mesas de ping-pong (pra mim é pong-pong e não me venham com essa de tênis de mesa!). Numa delas jogavam duas criancinhas... em cima da outra, duas raquetes e uma bolinha. Me cocei, me cocei, me cocei e acabei convencendo o namo a jogar um pouquinho.
Parecíamos duas crianças... nos divertindo muito no meio da loja (mais até do que as crianças - de verdade - que jogavam na outra mesa).

Daí me veio à cabeça um texto que tinha lido na Vida Simples. Não me lembrava da autora, nem da edição, então fui fuçar na internet.
Achei o texto!! A autora é Liane Alves e ela discorre sobre como é importante, em determinados momentos, despertar a criança que vive dentro de cada um de nós e o quanto isso nos aproxima da felicidade plena.

Vou postar o iniciozinho dele aqui, mas vale ler a matéria toda no site da revista.

Iuuuuuupiiiiii!!!

A VIDA ESTÁ BOA? VOCÊ ESTÁ COM VONTADE DE SAIR PULANDO FEITO UM POTRINHO NO CAMPO? ENTÃO SUA CRIANÇA INTERIOR ESTÁ NO AUGE DA FELICIDADE. MAS, SE NÃO ESTIVER, TEM JEITO DE DESPERTÁ-LA, MESMO SEM PRECISAR EMPINAR PIPA, TOMAR SORVETE OU PUXAR O CAVANHAQUE DO CHEFE
texto Liane Alves


Banho de mangueira no quintal pode terminar em guerra de esguicho e festa - é só começar.

Se um marciano recém-chegado à Terra perguntasse a você o que é felicidade, que cena você escolheria para mostrar esse sentimento em seu mais puro estado? Um casal se unindo numa igreja? Um jovem recebendo seu diploma? Uma mãe amparando seu bebê pela primeira vez? Todas essas imagens expressam diferentes formas de realização, mas eu preferiria levá-lo para a beira de um rio para ver crianças brincando de pular na água, naquele tchibum sem igual na vida, correndo pela pedra para tomar impulso e mergulhar de pé com as pernas balançando para tudo que é lado. Tem alegria maior, mais pura que essa? Só a de cenas comparáveis: a menina escorregando na grama a mil por hora na chapa improvisada de madeira, o garoto pegando jacaré... Todas versões da mesma coisa: inocência e frescor, brincadeira e leveza, corpo e emoção, curiosidade e criatividade, senso de aventura e liberdade.

Se a gente reparar bem, ao nomear essas qualidades estaremos falando exatamente dos componentes básicos que garantem a felicidade. Não tem dinheiro no meio, tem? Também não tem segurança e estabilidade, tem? Esses momentos, ora veja, também não dependem nem de nada nem de ninguém. Muito menos de condições especiais, de pré-requisitos, ou de como a coisa deve ou não deve ser, essa mania de gente adulta. Porém, vamos ter de admitir: todo mundo sabe que não é mais criança. Temos outras necessidades, compromissos e responsabilidades. Criamos vínculos, travas, mordaças. Mas, hummm, será que não dá mesmo para conciliar as duas coisas? Será que não dá para buscar mais leveza e frescor, espontaneidade e alegria ou aventura e irreverência em nossas vidas? O mais legal dessa história é que dá, sim.

Você, como eu, também torcia o nariz quando ouvia falar da criança interior? E de como era importante expressá-la no dia-a-dia? Irônica, cheguei até a imaginar a cena: as crianças interiores do adultos saindo para fora das pessoas com estilingue no bolso ou com o coelho da Mônica pela mão, prontas para atingir o primeiro desavisado que aparecesse. Por isso, quando alguém vinha com essa conversa, assobiava, olhava para os lados e saltava fora. Até que um dia resolvi me aprofundar no assunto. O criador da psicologia analítica, o suiço Carl Gustav Jung, por exemplo, passou um bom tempo de sua vida a estudar o tema. Um de seus mais brilhantes discípulos, James Hillman, também. Isso queria dizer que essa história de criança interna não era só coisa de livro de auto-ajuda. Reconheci: estava mais que na hora de saber como o contato com meu lado criança poderia ajudar a me dar mais vigor e alegria na vida.

Continua...

Definitivamente vou me aprofundar neste tema... ler Jung passou a fazer parte da minha listinha.


P.S.: Outro texto bacana é o que o Ralier postou no figura220 sobre a importância dos bebês... acho que vale a visita pra complementar o tema.

Um comentário:

railer disse...

muito bom, camila, e obrigado pela referência!

eu sempre que posso deixo meu lado criança (220!) aparecer. lembra do meu vídeo brincando de trenó no chile? hehe é por aí!

beijos!